Em quem votar em 2018

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

* Luiz Carlos Bohn, presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac

A campanha eleitoral é o momento de a sociedade gaúcha discutir o seu futuro e eleger um governador e 55 deputados estaduais que, em seu nome, governarão o Estado. Temos muitos problemas a serem resolvidos, mas há dois deles que merecem mais atenção: o desequilíbrio fiscal e a melhoria do serviço público. 

Na eleição de governador, essas duas questões surgirão naturalmente. O problema está na eleição dos deputados estaduais. Normalmente, votamos em pessoas que achamos simpáticas, honestas, bonitas, articuladas etc., mas pouco sabemos sobre como elas votarão enquanto deputados. Quando um candidato a deputado se aproximar de você para conversar e pedir o seu voto, não deixe que ele fale sem parar. Tome o comando da conversa e pergunte de forma objetiva como ele votará, na Assembleia, em temas que são importantes para você.

Eu já elaborei quatro perguntas para os candidatos a deputado com quem venha a conversar durante a campanha. A primeira é: o senhor votará a favor de uma legislação que viabilize a privatização da CEEE, da CRM e da Sulgás, garantindo que os recursos dessa venda sejam integralmente usados para abater o nosso passivo previdenciário ao longo dos próximos 25 anos? A segunda pergunta será: o senhor se compromete a votar por um orçamento que congele os gastos com a folha salarial dos três poderes nos próximos quatro anos? Terceira: O senhor votará pela extinção da EGR e por um amplo programa de concessão das estradas? E, por fim, perguntarei: o senhor votará a favor de medidas que criem um programa de separação entre as atividades de provisão e produção de serviços públicos de educação e saúde, mantendo a provisão pública e criando a produção privada, de forma a passar para entidades filantrópicas renomadas a gestão de hospitais e escolas?

Vou votar naquele candidato a deputado que, além de honesto, responder afirmativamente a essas quatro perguntas. É da natureza humana querer fugir das perguntas difíceis. Cabe a nós, eleitores, não deixar que os candidatos escapem de responder às perguntas que nos interessam.

 

Artigo publicado originalmente no jornal Zero Hora edição 06/08/18

 

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